Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto e conhecido adepto portista, diz que a nova política anunciada é uma "confissão do fracasso".
Lamenta que esta viragem "não tenha sido antecipada como política estratégica há mais tempo, mas só agora, forçada pelas circunstâncias". E recorda: "Uma das razões pelas quais saí do Conselho Consultivo há uns anos foi porque propus estas políticas de mercado. E não só recusaram como me excluiram do Conselho Superior."
Recorde-se que o FC Porto, que apresentou 1,4 milhões de euros de prejuízos nas contas do primeiro semestre do actual exercício, é a equipa com mais encargos salariais no plantel - a massa salarial disparou de 17,9 milhões de euros na época passada para 22 milhões esta época, segundo o relatório e contas apresentado esta semana à CMVM.
Para a próxima época, a SAD portista já assumiu a necessidade de baixar o orçamento para o futebol profissional. E, para tal, diminuir os custos com aquisições e salários de jogadores. A viragem para o mercado interno insere-se dentro dessa política financeira. Além de Miguel Lopes, o lateral direito já contratado ao Rio Ave por cerca de 500 mil euros (metade do passe), e Silvestre Varela, extremo que chegará do Estrela da Amadora a custo zero e com contrato de cinco temporadas, o FC Porto vai também promover o regresso de Nuno Coelho, central emprestado ao Estrela. E mantém conversações para a aquisição de Beto, guarda-redes do Leixões, e Orlando Sá, avançado do Sp. Braga.
"Isto é uma confissão do fracasso. Se tivesse sido feito antecipadamente, a situação da SAD seria bem mais saudável nesta altura e o FC Porto não seria obrigado a vender os seus anéis todos os anos, como acontece", sentencia Rui Moreira.
Benfiquistas, sabemos bem o que nos aconteceu, o que foi para nos levantarmos. Sabemos também que neste momento a situação do nosso Benfica está ainda longe de ser saudável, mas... estamos no caminho certo. Existem limites salariais a cumprir e que têm vindo a ser cumpridos, e compromissos acima de tudo a honrar. E que têm vindo a ser honrados. E a última coisa que devemos querer agora é sem sustentação financeira motivada por pressões de sócios ou de qualquer outra índole levarmos a que nosso Clube mantenha o seu rumo e chegue a este "estado da nação portista".
Não gosto de empolar nem de meter a mão na ferida de desgraças alheias, mas sejas justos. Fizeram-no connosco muitos e bons anos.