Louvo e respeito o trabalho de Queiroz enquanto formador de jogadores (os títulos Mundiais de 1989 e 1991) mas sou céptico e desconfio do seu trabalho para dirigir Séniores. Que o digamos nós, com a sua prestação à frente da nossa Selecção. Todos ouvimos o que os adeptos Sul Africanos pensam dele enquanto treinador. Que o digam os adeptos Sportinguista. Enfim, fracassos atrás de fracassos. Excepção, sob a protecção de Sir Alex Fergusson e num papel secundário.
Tentei classificar esta nossa Selecção Nacional de Futebol e admito o meu fracasso, não consegui por isso vou chamar-lhe uma novela de terror. Infelizmente, seja em jogo jogado. Seja no elan que rodeia ou não a Equipa das quinas, não é fácil encontrar objectos que sejam realmente interessantes. Este, ou esta Novela, até agora é um exemplo feliz. Hipnótico, estranho mas belo, é mais um conto do que outra coisa qualquer, mas é mais assustador e inquietante do que a maior parte do que se pode ver por aí.
Queiroz pegou numa Selecção saída do mais vitorioso ciclo da sua história e não soube ou não quis, aproveitar o trabalho realizado. Pelo contrário, meteu a nossa Selecção num laboratório e sem qualquer coerência entrou no experimentalismo numa fase de qualificação para um Campeonato do Mundo. Quis um golo fortuito da Dinamarca à Suécia e uma vitória sobre uma mediana Bósnia dar um final feliz a esta Novela permitindo-nos o acesso a uma oral como mal menor de um exame onde a nota deveria ter sido obrigatoriamente a máxima ou próxima disso.
e Eis a sequela desta Novela, agorajá no Campeonato do Mundo. Queiroz deixa de fora nomes como Ruben Amorim (apenas integrado em virtude da lesão de Nani), Quim, Carlos Martins, João Moutinho etc e convocando jogadores pouco utilizados e cuja utilidade me merece total desconfiança. Se a isto juntarmos, um Pepe sem ritmo de competição, um Deco já a jogar apenas a meio gaz, Ricardo Carvalho que apenas recentemente recomeçou a jogar, Ronaldo que pela Selecção muito ainda tem a provar e Simão sem ritmo, que posso dizer? Céptico e de facto consciente de um fracasso.
Creio no entanto que o apoio àquele símbolo das Quinas deve sobrepor-se a qualquer pessimismo ou a discordâncias por mais razão nos possas assistir.
Deixa de interessar olhar personagens como Bruno Alves com as Quinas no peito, lembrando o nosso Fábio, Ruben Amorim e mesmo Simão.
Assim, espero que tenha de engolir todo este meu pessimismo e dúvidas sobre a prestação da nossa Selecção com Queiroz à sua frente. Se o fizer assumirei que afinal a Selecção até estaria bem estruturada e dirigida... Veremos