BENFICA POWER
Connosco quem quiser, contra nós quem puder. É necessário estar atento a tudo o que circunda o Benfica com o objectivo de o debilitar. Serve este espaço para que a verdade desportiva possa prevalecer, alertando, demonstrando e denunciando tudo e todos
03 de Setembro de 2009

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Rezam as crónicas que no primeiro de Janeiro de 1905, o então Sport Lisboa disputou o jogo inaugural de uma caminhada que talvez ninguém vaticinasse no mínimo centenária. Foi frente ao Campo de Ourique, nas Salésias (em Belém), com triunfo 1-0. Já depois da fusão (13 de Setembro de 1908) com o Grupo Sport Benfica, mais tarde Sport Clube de Benfica, da qual resultou o actual Sport Lisboa e Benfica, o Campeonato de Lisboa era a prova dominante. Assim, foi até quase à década de 30.

 

A temporada de 1913/1914, no inicio da I Guerra Mundial, ficou na história do novel clube. O Benfica venceu a edição em todas as categorias, quatro eram. Fez o pleno. Ainda que grosseira a comparação, seria um tanto como na actualidade garantir a conquista, no mesmo ano, dos Nacionais de infantis, iniciados, juvenis, juniores e seniores.

 

Nesse longínquo 1914, um jogador sobressaiu aos demais. Álvaro Gaspar era o seu nome. De alcunha Chacha, avançado de posição. Com Paiva Simões, Homem de Figueiredo, Henrique Costa, Cosme Damião e Artur José Pereira, todos integrantes da Selecção de Lisboa que, um anos antes, havia digressionado pelo Brasil. Viviam-se tempos de futebol casto. Insipiente.

 

Álvaro Gaspar actuou três anos com o emblema do Benfica. Outras tantas vezes venceu o Campeonato de Lisboa. Reputavam-no executante fantástico, já tecnicamente perfumado, com sentido de organização, temível a finalizar. Havia ingressado nas fileiras do clube pouco depois da fundação. Assistiu apenas ao primeiro desafio oficial, a 4 de Novembro de 1906, frente ao Carcavelos, a melhor equipa do ano, com derrota por 3-1. Ele que se iniciou no patamar inferior, na terceira categoria, sempre em espiral, até à turma de honra.

Em Março de 1913, relatos na época mencionam que aos ombros havia sido levado, até aos balneários pelos componentes de uma equipa inglesa, o New Cruzaders, maravilhados com os seus atributos de índole técnica. Numa espécie de paleolítico superior, naqueles pré-história do futebol aborígene, o Chacha parecia de outro estádio de desenvolvimento. A melhor exibição, pelo menos a mais produtiva, realizou-a em Dezembro de 1913. O Benfica aturdiu (9-0) o Cruz Quebrada, com cinco golos de Álvaro Gaspar. Sempre na presença do tutor Cosme Damião, lenda benfiquista, fundador, jogador, técnico, dirigente. Aquele que “fez do Benfica o maior clube português”, segundo o mestre Cândido de Oliveira.

Álvaro Gaspar contribuiu, embrionariamente, para o estatuto singular e não menos invejável do clube. Com aura popular. Ainda na casa dos 20 anos, adoeceu e deixou de jogar. Mesmo desaconselhado pelos médicos, não perdia pitada dos jogos da sua equipa de afeição. Minado pelo infortúnio, morreu a 3 de Setembro de 1915, foi sepultado no cemitério da Ajuda. Uma bandeira do Benfica cobriu-lhe o caixão, tal como havia pedido a Ribeiro dos Reis. Era a bandeira do futuro.

 

Há uma aura de martírio que envolve dois atletas do Benfica, nos primeiros tempos do nosso Clube: francisco Lázaro e Álvaro Gaspar. O primeiro por ter morrido em plena prova desportiva, na maratona dos Jogos Olimpicos de 1912; o segundo por ter passado como um meteoro pelo futebol benfiquista dos primeiros tempos, cedendo muito novo a uma doença mortal. Mas, enquanto o primeiro correu pelo Benfica vindo de outros céus e seguindo para outras paragens, Gaspar o "Chacha", foi um exemplo de dedicação ao clube e o primeiro a pedir que, na sua morte, a urna fosse envolvida na bandeira do Glorioso.

 

E, no entanto, Álvaro Gaspar jogou apenas 15 jogos oficiais pelo Clube, embora entre 1911 e 1913, tenha participado em outros tantos desafios particulares com equipas estrangeiras. Conta-se que, no final da partida contra a célebre equipa inglesa do New Crusaders, em Março de 1913, os visitantes o levaram em ombros. O que o distinguia era a rapidez de execução, a genica e a absoluta disponibilidade fisica. Foi com ele que se inventou a expressão "jogar à Benfica", querendo simbolizar uma maneira especial de estar no jogo, que ao tempo não se confundia com a de nenhuma outra equipa.

 

Além disso, Álvaro Gaspar era um indefectível da causa: vivia para o Clube e o Clube era a sua vida. Depois da sua morte, em 1915, o Clube devolveu-lhe em homenagens alguma coisa do que ele lhe tinha dado. Mas não pôde resgatar o tempo que a doença lhe tinha roubado: Álvaro Gaspar tinha vinte e poucos anos e em três épocas a jogar como avançado nas primeiras categorias tinha ganho três títulos de Campeão de Lisboa - tudo o que havia para ganhar. Na sua última época, a de 1913/14, marcou 14 golos em 9 jogos e totnou-se o primeiro jogador do Benfica a apontar 5 golos num só jogo (Contra o Cruz Quebrada, em Novembro de 1913). Já então o Benfica era conhecido como o Glorioso; Álvaro Gaspar foi um dos que mais contribuiu para essa fama precoce 

 

Épocas no Benfica: 3 (11/14)
Jogos: 16
Golos: 18

Títulos:
3 Campeonatos de Lisboa

publicado por Carlos às 00:01 link do post
Passei por aqui e fiquei sensibilizado com a crónica do Alvaro Gaspar. Gostei do blog. A ideia de aprender mais sobre o Benfica fascina-me.

Quero fazer também um convite a passar em benficasomosnos.blogspot.com

Somos um grupo de amigo do Benfica e queremos verdadeiros benfiquistas a comentar no nosso blog
Ricardo Cunha a 17 de Setembro de 2009 às 12:57
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